Ana Guedes*
Para quem não acompanhou meus artigos anteriores, há algum
tempo atrás me dispus a fazer análise curricular de uma colega no LinkedIn, e
isso gerou um grande movimento com pedidos de análise vindo de todos os cantos.
Como tinha tempo vago comecei a fazer esse trabalho (não
faço mais análise de CV), notei algo comum em todos os pedidos: em todos os
e-mails que recebi, a dúvida era se o currículo estaria inadequado, pois a
pessoa estava mandando para várias vagas e não tinha retorno algum, na maioria
das vezes nem mesmo consegue entrevistas.
Após analisar muitos, mas muitos CVs (curricula vitae) posso
afirmar com certeza: o problema não é o currículo.
Existem diversos modelos de currículos disponíveis, muitos
são até personalizados, mas a maioria tem uma estrutura boa: dados pessoais,
formação acadêmica, histórico profissional, cursos, atividades extracurriculares,
publicações. O currículo ideal é aquele que permite ao selecionador
entender o perfil do candidato, e saber se ele se encaixa ou não na vaga em
aberto. O fundamental é que seja claro, objetivo, que contenha suas
experiências e habilidades, conhecimentos técnicos (cursos), idiomas, etc.
A Importância da Carta de Apresentação.
A
carta de apresentação é recomendada para executivos, mas também para quem
deseja ingressar no mercado ou mudar de área, pois nela você pode especificar o
que busca no momento, pois às vezes isso não fica claro no CV. Exemplo: o
candidato trabalhou um longo tempo em uma área, mas acabou de fazer um curso em outra área. O
selecionador pode ficar em dúvida quanto ao objetivo, principalmente se a vaga
em aberto é para uma posição Júnior. Na carta, o candidato pode dizer que tem
experiência na área X, mas que deseja direcionar sua carreira para a área da
vaga, e que está disposto a aceitar uma vaga Júnior, pois seu foco no momento é
adquirir experiência.
Isso pode mudar a visão do selecionador e colocá-lo no Processo Seletivo.
Os “erros” encontrados são sempre pouco significativos: erros
gramaticais, incoerência no padrão (usar mais de uma fonte, colocar data em uma
experiência e outra não), excesso de informações (endereço completo, filiação),
informações desnecessárias (cursos e viagens que não tem nada com a área de
formação ou experiência - a menos que sejam trabalhos voluntários), usar fontes
informais ou cores alegres, e relacionar características (que nem sempre são
verdadeiras) sobretudo no campo “objetivo”, como “pró ativo, capacidade de
liderança, habilidade em trabalhar em equipe...”.
Portanto, o que podemos concluir é que o problema é outro,
e
bem mais complicado.
A dificuldade em se recolocar ou ingressar no mercado de
trabalho é um reflexo não só do momento, mas de um sistema de ensino tão falho;
de uma cultura que não visa excelência, qualidade, e reflete o pensamento e o
comportamento da maioria das pessoas, de fazer de qualquer jeito, de sempre
visar o benefício próprio, de não se importar com as consequências, mesmo que
possa prejudicar a si mesmo no futuro; profissionais sem preparo e sem perfil
para exercer a função, trabalhando em R&S , em Gestão de Pessoas ,
ou como líderes. Falo de empresas com gestão irresponsável, que contratam por
indicação profissionais pouco qualificados, de pessoas que querem crescer a
qualquer custo e não se importam em ter o conhecimento necessário, entre outros
muitos motivos.
Por isso, caro colega, o problema não é seu currículo, não é
você. É a realidade.
E sobre ela, os problemas e possíveis soluções dariam
livros e livros de discussões
sócio-econômica-filosófica-histórica-antropológicas.
De imediato, poderia dizer a quem tem cargo executivo, que
procure um serviço de Recolocação Profissional (como exemplo, veja o site www.anaguedescoaching.com).
Para as demais posições, que são maioria, a solução e
continuar tentando, e não desistir. Estar desempregado é ruim, e tem uma série
de consequências psicológicas negativas, mas tem sim um lado bom: o tempo
livre. Use-o para você, para o seu bem. Durma depois do almoço, faça os
exercícios que não fazia por falta de tempo (a há! acabou a desculpa!), leia
mais, organize seu armário, seu computador, sua vida. Brinque com seus filhos,
passeie, divirta-se.
Tire proveito
da situação.
Tire esse peso de estar sem trabalhar e não poder se
divertir (a pressão maior é de si próprio, preocupado com “o que as pessoas vão
pensar?” Elas que pensem o que quiserem,
a vida é sua e nosso objetivo deve ser sempre a felicidade). E adquira
conhecimento, a internet tem uma imensidão de cursos, e books, vídeos, palestras
e artigos sobre tudo que desejar saber, seja sua área profissional, ou o
processo de recolocação.
Pesquise consultorias de sua região, e empresas em que
gostaria de trabalhar, e envie seu CV. Use seu network (não se acanhe em falar
com as pessoas que está buscando recolocação, qualquer pessoa pode passar por
isso, não é vergonha nenhuma), e continue.
O pensamento positivo é comprovadamente fundamental para o
sucesso. Acredite em você, acredite que é possível, e vá em frente. O sucesso
pode estar na próxima tentativa.
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Por: Ana Guedes*
Recolocação Profissional Executiva. Conheça o site da Ana* em www.anaguedescoaching.com Entre em contato pelos telefones (19) 98137-2235 / 3327-5233 ou e-mailcontato@anaguedescoaching.com.
Texto retirado do blog da Ana* em: http://coachingself.blogspot.com.br/2014/03/o-problema-nao-e-o-curriculo.html?m=0
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Ilustrações: DesignCRV
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